CRISTÃO ANABATISTAS

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terça-feira, 8 de novembro de 2011

TEOLOGIA DA PROSPERIDADE










(A verdade analisada biblicamente).

Por: Cristãos Anabatistas.

    Num mundo capitalista, onde a pessoa é analisada mais pelo “ter” do que pelo “ser”, uma nova onda teológica tem invadido nossas igrejas. Trata-se da “Teologia da Prosperidade”. O que os textos bíblicos nos ensinam sobre a prosperidade financeira? É lícito ao cristão querer possuir bens materiais? Deus, em sua Palavra, apóia tal teologia ou, o que os teólogos fazem é uma verdadeira colcha de retalhos com textos fora do seu contexto? Vamos ao estudo.

    Jesus quando comissiona seus discípulos para que levassem a mensagem da cruz e praticassem curas, milagres e sinais, disse:...Curai os enfermos, ressuscitai os mortos, limpai os leprosos, expulsai os demônios; de graça recebestes, de graça daí... (Mt 10: 8,9). Em outra passagem, Ele responde a uma pergunta: A Vida do homem não consiste na abundância das coisas que possui, por isso, acautelai-vos de toda espécie de cobiça ( Lc 12: 15)


     Logo após a ascensão de Nosso Salvador e Senhor Jesus Cristo, dois de seus apóstolos (Pedro e João) estavam caminhando pelo Templo Judaico, e, ao serem abordados por um paralítico de nascença que pedia esmolas, Pedro lhe disse: Não tenho ouro nem prata, mas o que tenho te dou, em Nome de Jesus Cristo, o Nazareno, levanta e anda.(At 3: 6).
    Hoje, o que vemos na maioria das igrejas é a “pregação do dinheiro”, onde, para conseguir ser abençoado, o cristão precisa fazer ofertas em dinheiro, colocá-las em envelopes específicos ou adquirirem objetos para que Deus possa os abençoar. Nisto são vendidos os mais diferentes objetos com o intuito de dirigir a fé da pessoa neste propósito. Os Prosperistas alegam que há passagens na Bíblia onde objetos eram usados para curarem os enfermos. É o caso dos lenços de Paulo e a sombra de Pedro, que curavam os enfermos.
    Realmente, objetos eram utilizados para a cura das pessoas enfermas, mas o fato digno de nota, é que, esses objetos não eram vendidos e muito menos  tinham seus preços exageradamente exorbitantes!  De graça recebestes, de graça daí! Mt 10: 8,9
    O dom da cura foi nos dado gratuitamente por Deus e utilizá-lo com o fim de lucro é uma blasfêmia contra Deus e recebe o nome de SIMONIA.

Simonia(É a comercialização de coisas espirituais, ou temporais ligadas às espirituais. Nome dado devido a história de Simão “o mago” que ofereceu dinheiro aos apóstolos, achando que a benção pudesse ser comprada. At 8: 18).
   
    O Teólogo João Calvino já no século XV pregava que a prosperidade financeira era um meio de saber se uma pessoa era verdadeiramente salva. Para ele, os ricos eram todos salvos! Lógico, ele precisava de aliados financeiramente ricos para estabelecer sua doutrina em Genebra. O engraçado é que Jesus falou justamente o contrário: Mt 19: 22 ...Mas o jovem, ouvindo essa palavra, retirou-se triste; porque possuía muitos bens.23 Disse então Jesus aos seus discípulos: Em verdade vos digo que um rico dificilmente entrará no reino dos céus.24 E outra vez vos digo que é mais fácil um camelo passar pelo fundo duma agulha, do que entrar um rico no reino de Deus.

   Estas palavras de Jesus têm ecoado durante os séculos, e muitas interpretações tem sido dadas para minimizar o que Jesus teria dito, mas Jesus estava certo ao proferir esta profecia. Isto não significa que todos os ricos hão de perecer no inferno, pois Jesus não generalizou a todos os ricos, mas sim, que o fato de alguém ser rico, a tendência é colocar sua vida em prol de sua riqueza, e : Quem achar a sua vida perdê-la-á, e quem perder a sua vida por amor de mim achá-la-á. Mt 10: 39.
    
   Vemos os cristãos primitivos anabatistas (cristãos que mantiveram os ensinamentos de Cristo sem se contaminar com teologias; e teólogos da igreja apóstata), não praticarem a SIMONIA em suas vidas. Nós os anabatistas recusamos qualquer teologia que pregue a riqueza material ou bênçãos e curas por meio da venda ou ofertas com fins espirituais.
   Aprendemos com o Apóstolo Paulo na sua carta aos Filipenses 4: 12 Sei passar falta, e sei também ter abundância; em toda maneira e em todas as coisas estou experimentado, tanto em ter fartura, como em passar fome; tanto em ter abundância, como em padecer necessidade. 13 Posso todas as coisas naquele que me fortalece
   A prosperidade verdadeira é a espiritual, é orarmos pelos enfermos e eles serem curados, é pregarmos o Evangelho de Cristo e pessoas serem libertas e salvas. O Evangelho sempre foi o da salvação e não do capitalismo teológico. Quem se submete a teologia da prosperidade financeira corre o risco ter seu coração aprisionado pela riqueza mundana, onde, a traça e a ferrugem irão devorá-la (Mt 6: 19 Não ajunteis para vós tesouros na terra; onde a traça e a ferrugem os consomem, e onde os ladrões minam e roubam; 20 mas ajuntai para vós tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem os consumem, e onde os ladrões não minam nem roubam. 21 Porque onde estiver o teu tesouro, aí estará também o teu coração.).





    As igrejas que pregam a teologia da prosperidade são consideradas igrejas neo-pentecostais e que estão sob influência da chamada 3ª Onda do Pentecostalismo Protestante. Entende-se por movimento em ondas da seguinte maneira:

1ª Onda – Conhecida como Pentecostalismo Protestante Clássico, surgiu por volta de 1910 num movimento chamado Holly ness. Caracterizava-se pelo recebimento do batismo bem como, dons espirituais. As Igrejas que representam esta onda são: Assembléia de Deus, Congregação Cristã do Brasil. A ênfase principal da primeira onda estava no retorno de Jesus Cristo (Iminente), Centralidade de Deus, Santidade de vida pessoal.

2ª Onda – Manifesta-se principalmente nas igrejas: Quadrangular, Brasil para Cristo, Deus é Amor, G 12 em geral. Estas igrejas são mais voltadas para a ênfase nos milagres, poderosas unções, carismas.  

3ª Onda – Iniciou-se na década de 70 e se intensifica cada vez mais em nossos dias. Baseia-se na lei da reciprocidade, ou seja, se alguém investir materialmente na igreja, Deus tem que, necessariamente abençoar esta pessoa.

Resumindo:

1ª Onda – Deus é o centro da fé, ou seja, importa agradar a Deus sem necessariamente receber algo em troca. Deus seja feita a tua vontade e não a nossa.

2ª Onda – A centralização da fé reside no fato do revestimento de poderes pelas mais variadas unções (unção do riso, unção do sopro, etc). A ênfase agora não é mais centrada no messianismo ou no Divino, mas sim na busca pelos carismas de Deus, ou seja, busca-se a Deus para ser revestidos de poderes carismáticos (unções e manifestações espirituais).


3ª Onda – O homem torna-se o centro da religiosidade, ou seja, importa que o homem seja próspero. Não é mais o homem que serve ao desejo de Deus, mas Deus servindo aos desejos humanos. As obras são mais importantes do que a própria fé. As pessoas se aproximam de Deus para serem ricas. Pessoas pobres e humildes ficam teologicamente fora da Teologia da Prosperidade!

     Como vamos juntar tesouros neste mundo se já não pertencemos a ele? Existe uma grande diferença em juntar tesouro e viver com fartura, mas sem perder o foco em Jesus e na salvação. Os cristãos que vivem condições favoráveis financeiramente, não tem nas riquezas seu deus, mas antes, a utilizam para abençoar outras pessoas.




(cristaos.anabatistas@gmail.com).



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