Por:
Cristãos Anabatistas.
Num mundo capitalista, onde a pessoa é
analisada mais pelo “ter” do que pelo “ser”, uma nova onda teológica tem
invadido nossas igrejas. Trata-se da “Teologia da Prosperidade”. O que os
textos bíblicos nos ensinam sobre a prosperidade financeira? É lícito ao
cristão querer possuir bens materiais? Deus, em sua Palavra, apóia tal teologia
ou, o que os teólogos fazem é uma verdadeira colcha de retalhos com textos fora
do seu contexto? Vamos ao estudo.
Jesus quando comissiona seus discípulos
para que levassem a mensagem da cruz e praticassem curas, milagres e sinais,
disse:...Curai
os enfermos, ressuscitai os mortos, limpai os leprosos, expulsai os demônios;
de graça recebestes, de graça daí... (Mt 10:
8,9). Em outra passagem, Ele responde a uma pergunta: A Vida do homem não consiste na abundância das coisas que possui, por isso, acautelai-vos de toda espécie de cobiça ( Lc 12: 15)
Logo após a ascensão de Nosso Salvador e Senhor Jesus Cristo, dois de seus apóstolos (Pedro e João) estavam caminhando pelo Templo Judaico, e, ao serem abordados por um paralítico de nascença que pedia esmolas, Pedro lhe disse: Não tenho ouro nem prata, mas o que tenho te dou, em Nome de Jesus Cristo, o Nazareno, levanta e anda.(At 3: 6).
Logo após a ascensão de Nosso Salvador e Senhor Jesus Cristo, dois de seus apóstolos (Pedro e João) estavam caminhando pelo Templo Judaico, e, ao serem abordados por um paralítico de nascença que pedia esmolas, Pedro lhe disse: Não tenho ouro nem prata, mas o que tenho te dou, em Nome de Jesus Cristo, o Nazareno, levanta e anda.(At 3: 6).
Hoje, o que vemos na maioria das igrejas é
a “pregação do dinheiro”, onde, para conseguir ser abençoado, o cristão precisa fazer ofertas em dinheiro, colocá-las em envelopes específicos ou adquirirem
objetos para que Deus possa os abençoar. Nisto são vendidos os mais diferentes
objetos com o intuito de dirigir a fé da pessoa neste propósito. Os Prosperistas
alegam que há passagens na Bíblia onde objetos eram usados para curarem os
enfermos. É o caso dos lenços de Paulo e a sombra de Pedro, que curavam os enfermos.
Realmente, objetos eram utilizados para a
cura das pessoas enfermas, mas o fato digno de nota, é que, esses objetos não
eram vendidos e muito menos tinham seus preços exageradamente exorbitantes!
De graça recebestes, de graça daí! Mt 10: 8,9
O dom da cura foi nos dado gratuitamente
por Deus e utilizá-lo com o fim de lucro é uma blasfêmia contra Deus e recebe o
nome de SIMONIA.
Simonia – (É a comercialização de coisas espirituais, ou temporais ligadas às
espirituais. Nome dado devido a história de Simão “o mago” que ofereceu
dinheiro aos apóstolos, achando que a benção pudesse ser comprada. At 8: 18).
O Teólogo João Calvino já no século XV
pregava que a prosperidade financeira era um meio de saber se uma pessoa era
verdadeiramente salva. Para ele, os ricos eram todos salvos! Lógico, ele
precisava de aliados financeiramente ricos para estabelecer sua doutrina em
Genebra. O engraçado é que Jesus falou justamente o contrário: Mt 19: 22 ...Mas o jovem, ouvindo essa palavra, retirou-se triste;
porque possuía muitos bens.23 Disse então Jesus aos seus
discípulos: Em verdade vos digo que um rico dificilmente entrará no reino dos
céus.24 E outra vez vos digo que é mais fácil um camelo passar
pelo fundo duma agulha, do que entrar um rico no reino de Deus.
Estas palavras de Jesus têm ecoado durante os
séculos, e muitas interpretações tem sido dadas para minimizar o que Jesus teria
dito, mas Jesus estava certo ao proferir esta profecia. Isto não significa que
todos os ricos hão de perecer no inferno, pois Jesus não generalizou a todos os
ricos, mas sim, que o fato de alguém ser rico, a tendência é colocar sua vida em
prol de sua riqueza, e : Quem achar a
sua vida perdê-la-á, e quem perder a sua vida por amor de mim achá-la-á. Mt
10:
39.
Vemos os cristãos primitivos anabatistas (cristãos
que mantiveram os ensinamentos de Cristo sem se contaminar com teologias; e teólogos
da igreja apóstata), não praticarem a SIMONIA em suas vidas. Nós os anabatistas
recusamos qualquer teologia que pregue a riqueza material ou bênçãos e curas
por meio da venda ou ofertas com fins espirituais.
Aprendemos
com o Apóstolo Paulo na sua carta aos Filipenses 4:
12 Sei passar falta, e sei também ter
abundância; em toda maneira e em todas as coisas estou experimentado, tanto em
ter fartura, como em passar fome; tanto em ter abundância, como em padecer
necessidade.
13 Posso todas as coisas naquele que me
fortalece.
A prosperidade verdadeira é a espiritual, é orarmos pelos enfermos e eles
serem curados, é pregarmos o Evangelho de Cristo e pessoas serem libertas e
salvas. O Evangelho sempre foi o da salvação e não do capitalismo teológico.
Quem se submete a teologia da prosperidade financeira corre o risco ter seu
coração aprisionado pela riqueza mundana, onde, a traça e a ferrugem irão
devorá-la (Mt 6: 19 Não ajunteis para
vós tesouros na terra; onde a traça e a ferrugem os consomem, e onde os ladrões
minam e roubam; 20 mas ajuntai para
vós tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem os consumem, e onde os
ladrões não minam nem roubam. 21 Porque onde
estiver o teu tesouro, aí estará também o teu coração.).
1ª Onda – Conhecida como Pentecostalismo Protestante Clássico, surgiu por volta
de 1910 num movimento chamado Holly ness. Caracterizava-se pelo recebimento do
batismo bem como, dons espirituais. As Igrejas que representam esta onda são:
Assembléia de Deus, Congregação Cristã do Brasil. A ênfase principal da
primeira onda estava no retorno de Jesus Cristo (Iminente), Centralidade de
Deus, Santidade de vida pessoal.
2ª Onda – Manifesta-se principalmente nas igrejas: Quadrangular, Brasil para
Cristo, Deus é Amor, G 12 em geral. Estas igrejas são mais voltadas para a
ênfase nos milagres, poderosas unções, carismas.
3ª Onda – Iniciou-se na década de 70 e se intensifica cada vez mais em nossos
dias. Baseia-se na lei da reciprocidade, ou seja, se alguém investir
materialmente na igreja, Deus tem que, necessariamente abençoar esta pessoa.
Resumindo:
1ª Onda – Deus é o centro da fé, ou seja, importa agradar a Deus sem
necessariamente receber algo em troca. Deus seja feita a tua vontade e não a
nossa.
2ª Onda – A centralização da fé reside no fato do revestimento de poderes pelas
mais variadas unções (unção do riso, unção do sopro, etc). A ênfase agora não é
mais centrada no messianismo ou no Divino, mas sim na
busca pelos carismas de Deus, ou seja, busca-se a Deus para ser revestidos de poderes carismáticos (unções e manifestações espirituais).
3ª Onda – O homem torna-se o centro da religiosidade, ou seja, importa que o
homem seja próspero. Não é mais o homem que serve ao desejo de Deus,
mas Deus servindo aos desejos humanos. As obras são mais importantes do que a
própria fé. As pessoas se aproximam de Deus para serem ricas. Pessoas pobres e humildes ficam teologicamente fora da Teologia da Prosperidade!
Como vamos juntar tesouros neste mundo se já não pertencemos a ele? Existe uma grande diferença em juntar tesouro e viver com fartura, mas sem perder o foco em Jesus e na salvação. Os cristãos que vivem condições favoráveis financeiramente, não tem nas riquezas seu deus, mas antes, a utilizam para abençoar outras pessoas.
(cristaos.anabatistas@gmail.com).
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