DOUTRINA DE DEUS
Introdução
O ser
humano possui, interiormente, a capacidade de perceber a existência do Divino
(Yahweh). Vemos o apóstolo Paulo argumentando a esse respeito: “Porquanto, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como
Deus, nem lhe deram graças, antes em seus discursos se desvaneceram, e o seu
coração insensato se obscureceu” (Rm 1:21). Neste texto, ele (Paulo)
expõe que pelos argumentos e questionamentos filosóficos, o homem pôde ter a
compreensão da existência do Divino. Porém, tendo chegado a esta compreensão,
não o glorificaram, antes, transferiram, esta glória para criação ou a seres
inexistentes (Rm 1: 23 - mudaram
a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, e
de aves, e de quadrúpedes, e de répteis ).
(Rm 1: 25 - trocaram a verdade de Deus pela mentira, e adoraram e serviram à
criatura antes que ao Criador).
Todo poder, atributos e glória de Deus são percebidos e revelados desde
a criação, mediante as coisas criadas (Rm 1: 20).
Vemos Deus se manifestando ao homem desde o primeiro dia da existência humana.
Yahweh se relacionou com Adão e Eva no Jardim do Éden. Manteve contato com seus
descendentes, e não *abandonou sua criação até os dias de hoje!
(*Nota:
Veremos mais adiante, que uma corrente herética afirma que: “Yahweh,
após ter criado tudo, se afastou de sua criação – Deísmo”).
O homem não consegue contemplar, visualmente e nem palpavelmente, Yahweh
em sua Glória e Majestade, pois Deus é Espírito e Transcendental (Além da
matéria) (Jo 4: 24 – Yahweh é Espírito).
Alguns teólogos crêem que não há na Bíblia a preocupação em se provar a
existência de Yahweh, porém, vemos fortes informações a respeito de sua
existência. Por exemplo, a questão da genealogia humana sendo trazida desde a
primeira criatura, Adão, até (e além) a chegada de Jesus Cristo (Lc 3: 23...38), é prova de que há um interesse
em se co-relacionar Deus a toda sua criação.
Mesmo que seja por um motivo Teológico Salvífico, Yahweh da provas de
sua existência. Além dos textos sagrados, Deus se auto-manifesta por meio da
natureza “Os céus declaram a glória de Deus e o
firmamento anuncia a obra das suas mãos” (Sl 19:1).
Mas sempre haverá alguém se recusando a crer na existência de Deus. (Sl 14:1“Disse o néscio no seu coração: Não há Deus.).
Os cristãos, porém, não precisam de nenhuma
prova que os satisfaça (Hb 11: 3
- Pela fé entendemos que os mundos foram criados pela
palavra de Deus; de modo que o visível não foi feito daquilo que se vê). Crêem em Deus
independente de qualquer coisa. Contudo, a Teologia Sistemática é por si só,
uma doutrina de argumentação que prova e comprova a existência de Deus.
Para que se inicie o estudo “Teológico
sobre Deus”, primeiramente, temos que partir do pressuposto básico de
que Deus existe e que a Bíblia é a Palavra de Yahweh deixada aos homens para
terem plenitude e acesso a verdadeira figura de Deus (Hb 11: 6
- ... porque é necessário que aquele que se
aproxima de Deus creia que ele existe, e que é galardoador dos que o buscam).
Antes de entrarmos no estudo correto sobre Yahweh, propriamente dito,
faz se necessário o estudo sobre as “concepções
erradas” acerca de Deus, para
que, possamos ter um conhecimento mais profundo de nosso Criador. Vemos que
todo estudo teológico surgiu primeiramente por causa das argumentações e heresias
contra o verdadeiro cristianismo. A Trindade por exemplo, foi proposta por que
alguns grupos não viam Jesus como o verdadeiro Filho de Yahweh; ou sem possuir
a natureza divina; ou sem a natureza humana.
AS CONCEPÇÕES ERRADAS ACERCA DE YAHWEH
Ateísmo
A palavra ateísmo é formada pelo prefixo grego “a”, que significa “não”, e pelo termo, também grego, “theos”, que quer dizer “Deus”.
O ateu acredita piamente que Deus não existe, analisa todas as coisas
pelo aspecto natural e não reconhece o lado transcendental ou
sobrenatural. O termo “transcendental”
significa que determinado fenômeno não pode ser explicado pela ciência
materialista, sendo atribuído este fenômeno a alguma força sobrenatural (espiritual).
O ateísmo concebe o mundo somente pela ação de forças físicas e
químicas, não lhe atribuindo nenhuma manifestação sobrenatural. Acreditam,
portanto, ser possível provar que Deus não existe.
Existem dois tipos de ateus:
·
Ateus práticos – vivem como se Deus não existisse;
·
Ateus teóricos – não conseguem afirmar, em termos dogmáticos, que Deus não existe,
porém não aceitam a possibilidade da existência de Deus.
Refutação
Cristã: A incrível complexidade da natureza em
geral nos leva a crer no “Designe Inteligente”. É certo que os povos primitivos associavam todos
os fenômenos da natureza a ação sobrenatural, mas, mesmo nos dias de hoje,
muitas questões estão sem resposta pelos ateus. A própria Teoria da Evolução
das Espécies de Charles Darwin não conseguiu evoluir de Teoria para Lei! Muitos
milagres não puderam ser respondidos pela medicina moderna, sendo atribuído o
caráter sobrenatural para tais casos. Os ateus são comparados ao homem que
comeu, repetiu o prato por duas vezes, e depois disse: “Isto está muito ruim”! Pois, com advento do
cristianismo, houveram mudanças globais na vida humana! Mesmo os ateus estão
sob a influência do cristianismo. O mundo seria totalmente diferente se não tivesse
existido Jesus Cristo.
|
Agnosticismo
A
palavra agnosticismo vem de um termo grego que significa “não saber”. É formado pela
palavra “a”,
que quer dizer “não”,
e pelo substantivo “gnose (conhecimento)”. O termo "agnosticismo" apareceu pela primeira vez em
1869 num texto do inglês Thomas H. Huxley,
Collected Essays (Ensaios reunidos). O agnosticismo filosófico refere-se a
proposições de filósofos como Hume e Kant que negavam a possibilidade de se
estabelecer leis pela experiência ou através do transcendentalismo.
No âmbito religioso, o
agnosticismo tem sentido mais restrito. O agnóstico não nega
nem afirma a existência de Deus, mas considera que não se pode chegar a uma
demonstração racional dela; essa seria, em essência, a tese de Hume e de Kant, muito embora este
considerasse possível demonstrar a existência de Deus como fundamento da
moralidade.
Os
agnósticos acreditam não haver indícios suficientes para provar ou refutar a
existência de Deus ou de deuses. O agnóstico critica:
· Os teístas - Pois não acreditam que existam provas positivas da
existência de Deus;
· Os deístas- Que crêem que Deus exista, porém não se revela a sua
criação.
Em resumo,
o agnóstico é essencialmente um indeciso, pois não exclui a possibilidade de
existir provas futuras referente a existência de Deus. O agnosticismo emana de
uma fonte profundamente racionalista, pois, somente pela razão pode se ter o
conhecimento do Divino.
Refutação
Cristã: Novamente, a natureza trata de revelar seu
Criador a aqueles que não possuem a Bíblia como norma de fé. Em Rm 1: 20(Pois
os seus atributos invisíveis, o seu eterno poder e divindade, são claramente
vistos desde a criação do mundo, sendo percebidos mediante as coisas criadas,
de modo que eles são inescusáveis)
vemos que a natureza
revela a glória e o poder do Deus Criador. Conta-nos certo pensador que:
“Numa trincheira sob fogo cruzado ou num avião caindo, todos lembram de
clamar por Deus”.
|
Gnosticismo
O termo “gnosticismo” vem da palavra grega “conhecimento”, logo, o
termo pode servir para várias interpretações. O cristianismo por exemplo pode
ser um tipo de gnosticismo, pois os cristãos adquirem um conhecimento (gnose)
de Cristo. Portanto, estudaremos o gnosticismo herético.
O
Gnosticismo como heresia
Os
gnósticos do séc II não tinham uma organização unificada e discordavam entre si
a respeito de vários assuntos, mas todos acreditavam possuir um conhecimento ou
sabedoria espiritual superior a dos discípulos dos apóstolos. Eles acreditavam
que:
·
A matéria, incluindo o corpo, era uma
prisão para o espírito;
·
O espírito era uma centelha de Yahweh e
precisava ser liberto da matéria;
·
O conhecimento, que iria libertar o
espírito da matéria, não era acessível às pessoas comuns;
·
Todos criam que Jesus não possuía a
natureza humana, mas sim, uma forma especial;
·
A mensagem gnóstica seria uma mensagem
especial;
·
Yahweh era um ser transcendente e a
muito afastado do universo criado, o qual, não criou;
·
O universo teria sido criado por um ser
menor, maligno ou demente (Demiurgo);
·
O cosmo é incurável e deve ser
rejeitado;
·
A queda do homem é uma alusão a queda do
espírito para a matéria;
·
Deus deseja atrair para si todos os
pedacinhos perdidos na queda;
·
Todos os gnósticos acreditavam em Jesus
e consideravam-no a emanação de Deus para alumiar os homens;
·
Deus envia esta emanação, que viaja
através de incontáveis níveis de realidade até chegar a nossa realidade;
·
A função dessa emanação divina é ensinar
e acordar as centelhas de alguns para o caminho de volta;
·
A maioria acreditava que o redentor
espiritual entrou no corpo de Jesus e deixou-o antes dele morrer;
As
seitas que trazem uma mensagem de auto-conhecimento aliada a uma libertação
espiritual salvífica representam o gnosticismo na atualidade. MAHIKARI
(fundada por Yoshikazu Okada), Seicho-No-Ie,Logosofia(em
alta na atualidade), Nova Era, Budismo, Zoroastrismo, Yoga, etc, representam o pensamento
gnóstico na atualidade.
Refutação
Cristã:
Adão foi quem transmitiu o pecado a toda humanidade I Co 15: 21,22
Porque, assim como por um homem
veio a morte, também por um homem veio a ressurreição dos mortos.Pois como em
Adão todos morrem, do mesmo modo em Cristo todos serão vivificados. A natureza também sofreu com a queda
humana (Rm 8: 19, 23
Toda criação ficou
sujeita a vaidade, não por sua vontade, mas por causa daquele que a sujeitou).
A natureza não está condenada, mas
aguarda, gemendo, a restauração do homem Rm
8: 19...21 – Porque a
criação aguarda com ardente expectativa a revelação dos filhos de Deus. Porquanto a criação ficou sujeita à vaidade, não por sua
vontade, mas por causa daquele que a sujeitou, na
esperança de que também a própria criação há de ser liberta do cativeiro da
corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus.Não
há a idéia de reencarnação no cristianismo, mas de ressurreição para a vida
eterna. Ao homem está ordenado morrer uma só vez, vindo após isto o juízo Hb 9: 27
– E, como
aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo depois o juízo. Não é pelo autoconhecimento
que o homem salvará sua alma, mas pelo conhecimento de Cristo II Pe 3: 18
– ...antes crescei na graça e no
conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. O autoconhecimento na vida cristã tem valor quando
percebemos que precisamos da graça de Cristo para fazer-nos melhor, mas
sempre tendo Cristo como ponto de referencia.
|
Panteísmo
Para o panteísta, “Deus é tudo e tudo é Deus”.
Deus é o próprio universo e tudo o que existe na natureza é divino. Deus não
transcende o universo, mas o universo seria o corpo de Deus. Na doutrina
panteísta vemos:
Monismo - O conjunto de todas as coisas estão reduzidas a uma
só essência. Corpo e mente fazem parte de um só ser que se une a toda a
natureza.
Substancialismo – Todo o real se torna substancial; Substancia seria
aquilo cuja compreensão é feita a partir da própria coisa, do conceito que se
tem daquela coisa; sendo desnecessário compreender antes outro conceito. Para
Spinoza e outros filósofos, somente Deus poderia ser visto como substancia,
pois não há necessidade de compreensão antes Dele, pois Ele se explica a si
mesmo.
Imanentismo – Deus seria imanente a natureza, ou seja, Ele se une
com a própria natureza. Toda natureza contém Deus.
Refutação Cristã: A Bíblia
afirma que Yahweh criou a natureza, logo, Ele está acima de sua criação e não
pode ser limitado a ela II Cr 6: 18
Mas, na verdade, habitará Deus com os homens na terra? Eis que
o céu e o céu dos céus não te podem conter; quanto menos esta casa que tenho
edificado!
Os erros do panteísmo são:
1 – Colocam a adoração a natureza
como se fosse ao próprio Yahweh;
2 – Limitam a existência de Yahweh a
natureza e, fora dela, Yahweh não pode existir;
Mas não é isso que a Bíblia afirma.
Antes, ela diz que Deus criou o universo e
intervém na história do mesmo. É justamente essa a visão geral da maioria das
religiões orientais e do movimento Nova
Era: “Deus é o próprio universo”. Para o panteísta, Deus é
impessoal. O corpo impede o homem de se relacionar com Deus. Para que a alma
possa ser libertada, cada pessoa deve purificar-se do seu corpo.
Por isso vemos algumas
religiões orientais isolarem-se do mundo, buscando um estado de liberdade
material – Estado de Nirvana.
Os
panteístas, na sua maioria, acreditam na reencarnação. Cada pessoa, afirmam
eles, é salva por seus próprios esforços.
|
Materialismo
Os materialistas declaram que a única
realidade é a matéria. Ou seja, só se preocupam com aquilo que seja concreto,
físico e perceptível. É o método de pensamento que dá mais prioridade à matéria
do que à mente, nas explicações do universo. Mediante esse pensamento, o homem
é semelhante a um animal. Ou seja, não tem nenhuma responsabilidade por seus
atos. Ensina, ainda, que os diferentes tipos de comportamento físico e psíquicos
dos seres humanos são simplesmente movimentos da matéria. Para o materialista,
o homem não tem que prestar contas a nenhuma divindade.
Refutação Cristã: Recentes pesquisas no âmbito da Física Quântica e
Astronomia, revelam-nos alguns mistérios que nos cercam. No âmbito
cosmológico vemos o mistério da matéria escura, das forças que estão
relacionadas com a Teoria do Big-Bang. Nunca foi possível verificar a matéria
escura, que forma a maior parte de nosso Universo. Já na Física Quântica,
vemos outro mistério, a questão do elétron que num momento existe e em outro,
simplesmente desaparece. Em outras palavras, o elétron simplesmente some do
espaço conhecido!
É bem verdade que Deus, o Criador de todo o Universo, criou leis
específicas para o pleno funcionamento do Cosmos, tanto no âmbito macro, como
no micro. As bem estabelecidas leis do Universo levam, inevitavelmente a um
Criador ou Arquiteto de tudo.
Não há como a matéria inerte se
agrupar, criar vida espontaneamente. Somente uma intervenção extra-cósmica
poderia converter processos inertes em vida e funcionalidade plena!
|
Argumentos
em prol da existência de Deus
·
Argumento cosmológico – Formulado por Tomás de Aquino
(1225).
Baseado na Lei da Causalidade (Causa e Efeito), esse argumento afirma que: “Uma vez que
cada coisa (planeta, estrela, etc) existe no universo, deve haver uma causa
primeira para essa existência. Deus seria essa causa primária. Deus seria a primeira
e última causa de tudo”. Nesta visão, fica evidente o seguinte
pensamento:
Deus é a causa primaria, o iniciador da vida, o
princípio e o fim de tudo. Ap 1:8 - Eu
sou o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim, diz o Senhor, que é, e que era, e
que há de vir, o Todo-poderoso.
·
Argumento
teleológico – Telos (gr) significa “fim, propósito, desígnio”.Analisa
a forma inteligente em que foi criado o universo, verificando que por trás
desta criação ordeira, harmoniosa e objetiva só poderia estar um ser
extremamente sábio e poderoso.
Sl 19: 1- 6 Os céus declaram a glória de Deus e o firmamento anuncia
a obra das suas mãos. Um dia faz declaração a outro dia, e uma noite mostra
sabedoria a outra noite. Não há linguagem nem fala onde não se ouça a sua voz...
Sl
139:14 Eu te louvarei, porque de um modo assombroso, e tão maravilhoso
fui feito; maravilhosas são as tuas obras, e a minha alma o sabe muito bem.
·
Argumento
ontológico – O conhecimento de Deus está contido na mente de
todas as pessoas. Mesmo um ateu, concebe a existência de Deus e procura por
meios intelectuais refutá-lo. Deus é maior do que todos os seres concebidos e
de tudo o que se possam imaginar. Os cientistas vem pesquisando um fenômeno
percebido pela ciência: a religiosidade intrínseca nos seres humanos. Todos os
povos em todas as eras, sempre cultuaram divindades espirituais. O cristianismo
é a religião que possui maior coerência e sistematização. Essa religiosidade
intrínseca dos seres humanos recebe o nome de “Fator
Melquisedeque” ou “Gene de Deus”.
·
Argumento moral –
Todo homem traz dentro de si o senso daquilo que é certo e do que é errado.
Deus é necessário como uma explicação para os valores e impulsos morais. Seria
como sintonizar um canal de televisão. Somente em Deus é que podemos visualizar
corretamente as questões morais da vida. Se não estivermos em Deus, nosso senso
moral continuará funcionando, porém, fora de foco e sujeito a aberrações. Para o Argumento Moral, o ser humano tem
consciência do bem e do mal, e do seu dever de evitar o mal e praticar o bem (Rm 2:15,15). Essa consciência moral é da natureza de
um “Imperativo Categórico”, isto é, põe o
sujeito sob absoluta obrigação de obedecer às ordens, sem desculpas. O filósofo
Kant partiu desse “imperativo categórico” e deduziu a existência de um
Legislador e Juiz sobre nós: Deus. Ele agiria para restaurar a ordem moral das
coisas.
· Argumento
histórico – Todo ser humano, independente de sua raça, tribo e nação, tem dentro
de si o sentimento de religiosidade. Com isso, fica comprovado que este
sentimento religioso no ser humano está intrinsecamente em sua natureza. E isso
só pode ser explicado pela idéia de que somente um Ser superior poderia ter
colocado tal natureza dentro do homem, sem distinguir sua nacionalidade, etnia,
etc. Todos têm necessidade de adorar algo ou alguma coisa. Fomos criados para
sermos adoradores e somente em Deus é que manifestamos esse sentimento sem
perdermos nossa liberdade.
A REVELAÇÃO DE DEUS
Deus em sua presciência (sabedor de todas
as coisas) providenciou meios para se revelar ao ser humano. Deus nunca abandonou
sua criação às leis físicas como afirmam os deístas. Ele sempre se revelou ao homem. Desde Adão até ao último
ser humano, Deus lhe revela sua existência. O homem é que se embruteceu e
preferiu adorar a criatura, animada ou inanimada, do que se voltar para seu
Criador (Jr 10: 14). As revelações de Yahweh
para o homem ocorre por meio:
·
Do
Universo – A ordem perfeita de todo o
universo não pode ser considerada como uma simples obra do acaso. Por isso o
universo dá testemunho de uma causa esplendida e elevada. Foge a mente humana
conceber a grandeza do universo e sua criação. Como universo, consideramos a
existência da vida em todo o seu esplendor e complexidade. Como pode a matéria
inerte gerar vida por si mesma? É necessário mais fé para acreditar que da matéria
inerte surgiu à vida do que crer que tudo foi criado por intermédio de um Ser Superior
(Deus).
·
Por meio de
Israel – Para que Deus se revelasse
na terra abençoando toda a humanidade, ele escolheu o povo de Israel. A este
povo Deus revelou todo o seu poder e proeza, escrevendo uma história que nenhum
outro povo possui. Israel experimentou a ação de Deus. Sobre este povo, sabemos
que Deus os selecionou (Rm 3:1). Esta seleção
foi no âmbito das palavras de redenção a todos os povos. Israel teria como missão,
revelar a todos os povos a soberania de Deus e convidando a todos para se
voltarem a Yahweh. O fracasso de Israel em adorar ao Criador não desfaz de
maneira nenhuma o poder de Yahweh, ao contrário, mostra que nosso Deus é fiel
ainda que sejamos infiéis.
·
Por meio dos
profetas – No
passado, os profetas também exerceram papéis preponderantes na revelação de
Deus. Os relatos a seguir revelam a veracidade desse fato:
- “Há muito o Senhor nos apareceu, dizendo: Com amor
eterno te amei; como benignidade de atraí (Jr 31:3)”;
- “Certamente o Senhor Deus não fará coisa alguma, sem
ter revelado o seu segredo aos seus servos, os profetas (Am 3:7)”;
- “Se entre vós houver profeta, eu, o Senhor, em visão
a ele me farei conhecer, ou em sonhos falarei com ele. Não é assim com o meu
servo Moisés, que é fiel em toda a minha casa? (Nm
12:6,7)”
·
Por
meio da História universal – Todos os
povos tinham seus deuses. Os egípcios, por exemplo, tinham fortes convicções
religiosas. Importavam-se mais com a fé em algo supremo do que em qualquer
outra coisa. Toda a civilização egípcia, suas literaturas, templos magníficos,
tudo dava expressão às suas idéias religiosas de que existia um deus.
Da mesma forma, na Babilônia,
arqueólogos encontraram muitos tijolos e tabuletas de barro, que provam que
havia entre os babilônicos costumes e influências em sua vida religiosa.
Como Deus
não existia, visto que egípcios, babilônios, gregos, assírios e romanos (entre
outros povos) construíram templos, registraram fatos religiosos em livros e
materiais da época e cultuavam uma entidade superior? Se não existisse essa
possibilidade, por que todos foram uniformes em adorar e acreditar em algum
deus?
Fica claro
que o ser humano possui dentro de si um anseio para a adoração. Porém, a perfeita
adoração só poderia ser realizada mediante a revelação dada por Deus a um povo
determinado (Hebreus). Este povo foi infiltrado em todos estes impérios, e
acabaram se corrompendo mais com estes povos, do que os convertendo.
·
Por
meio da Fé – Tudo o que verificamos até
agora se baseia em fatos, porém, sendo o homem criado à imagem e semelhança de
Deus, ele também pode dar prova da existência de Deus por meio da fé. A fé é o
alicerce da vida e também da ciência. A fé é a base de toda a vida comercial,
social e religiosa. Se não fosse a fé o homem não poderia viver. É a fé do
homem que promove constantes mudanças no mundo, em diversos aspectos. A fé é
imprescindível ao ser humano no sentido bíblico: “Ora, a fé é a certeza das
coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não vêem” (Hb 11:1).
CONCEPÇÕES
SOBRE DEUS
·
ENOTEÍSMO – Acreditam que existam outros deuses que, se interessam e protegem povos
específicos. Os enoteístas crêem que seu deus é superior aos outros deuses. Quando
há uma guerra, cada povo crê que seu deus lhes protegerá dos inimigos e de seus
deuses, ajudando-os a vencer as guerras. No antigo testamento vemos os povos
invocando seus deuses numa disputa contra o Deus de Israel. Vemos também os
israelitas mencionando que seu Deus era maior do que os outros deuses Sl 86: 8 – Entre os deuses nenhum há semelhante a ti, Senhor, nem há obras
como as tuas.
Is 36: 18 – Guardai-vos,
para que não vos engane Ezequias, dizendo: O Senhor (deus pagão) nos livrará.
Porventura os deuses das nações livraram cada um a sua terra das mãos do rei da
Assíria?
Sl 95:3 – Porque o Senhor é Deus grande, e
Rei grande acima de todos os deuses.
A Bíblia é
clara no que se refere a outros deuses além de Yahweh:
Jo 5:44 Como
podeis crer, vós que recebeis glória uns dos outros e não buscais a glória que
vem do único
Deus?
Jo
17:3 E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, como o único Deus
verdadeiro, e a Jesus Cristo, aquele que tu enviaste.
Rm
16:27 ...ao único Deus sábio seja dada glória por Jesus Cristo para todo o
sempre. Amém.
1
Tm 1:17 Ora, ao Rei dos séculos, imortal, invisível, ao único Deus,
seja honra e glória para todo o sempre. Amém.
Jd
1:25 ao único Deus, nosso Salvador, por Jesus Cristo nosso Senhor,
glória, majestade, domínio e poder, antes de todos os séculos, e
agora,
e para todo o sempre. Amém.
1
Co 8:4 Quanto, pois, ao comer das coisas sacrificadas aos ídolos,
sabemos que o ídolo
nada é no mundo, e que não há outro Deus, senão um só.
·
MONOTEÍSMO – Três grandes religiões expõem
esse pensamento:
- O judaísmo;
- O islamismo;
- O cristianismo.
Quando
falamos em monoteísmo, estamos dizendo que Deus é um ser absoluto e/ou
infinito. Por isso, tudo o que sabemos sobre Deus é extremamente limitado,
porque Deus é infinito e nós, finitos. Não se pode entender a infinitude.
Somente Deus é infinito, e o cristão crê nisso pela fé, já a ciência, crê pela
observação. Como compreender aquilo que não está ao alcance da mente humana?
Dessa forma, entendemos porque o ser humano não o compreende. Ele existe por si
mesmo, tanto na origem como na continuação. Criador de todas as coisas.
Principio, meio e fim de tudo. Os filósofos tentaram explicar a origem das
coisas pelos meios naturais (água, terra, fogo, ar), porém, à medida que
avançavam nos questionamentos filosóficos, iam cada vez mais se aproximando do
Deus Uno e Criador (Yhwh). O monoteísmo é a religião que mais possui coerência
nas questões da vida.
·
TEÍSMO – O teísmo alega que existam provas positivas, suficientes e
contundentes em favor da existência de Deus. Essas provas são admitidas quando
se analisa a grandiosidade e a finalidade existentes neste mundo, Realizam suas
análises por meio da intuição, da razão e recentemente por meio da ciência.
Deus, pois, é a origem de toda a vida física e espiritual. É o poder que
sustenta este dois tipos de vida. Ele é a fonte de toda a forma de consciência.
É a origem de todo o conceito de moralidade e liberdade verdadeira. Deus está
presente em toda a criação. Além disso, Deus é o Juiz de todo o ser
inteligente. Ele irá recompensar ou punir, conforme o procedimento do homem.
·
DEÍSMO – Temos aqui a teoria que, após
ter criado todo Universo, Deus abandonou-o ao governo das leis físicas e naturais.
Deus se torna ausente. Para o deísmo Deus está acima e além de sua criação.
Afirmam que Deus está distante do ser humano, não intervindo em nenhum aspecto
da jornada da humanidade.
·
POLITEÍSMO – É uma visão abrangente
que acreditam na existência de muitos deuses. Algumas das grandes religiões do
mundo têm aderido ao politeísmo. O politeísta rejeita o Deus verdadeiro para
adorar primeiramente os deuses falsos. O ser humano quando não está ligado ao
único Deus, tende a se tornar um politeísta. Isto se explica pelo fato de que
nada pode satisfazer o desejo espiritual humano a não ser Yahweh.
·
CETICISMO – O ceticismo vai desde uma
descrença total e absoluta em todas as coisas, até uma dúvida experimental,
como parte de um processo para se chegar à certeza. O cético só acredita vendo
ou sentindo. O ceticismo não está restrito a Deus, mas a todas as coisas.
·
HUMANISMO – Conhece-se por humanismo o
movimento intelectual que germinou durante o século XIV. Para o humanismo, Deus é um grande ser que é a
própria humanidade como um todo. Inicialmente era o celeste
que dava sentido ao terrestre; para os humanistas, ocorre o contrário, seria o
terrestre que daria sentido -- um sentido novo e reprovável, na visão da
ortodoxia oficial -- ao
celeste. Na Terra seria o homem,
destronado do centro do universo junto com seu planeta, que mediria o celeste;
e o faria segundo sua própria proporção.
Seria como “Deus segundo a
imagem do homem”.
·
EXISTENCIALISMO – De acordo com essa
posição filosófica, Deus é um ser ilimitado, supremo, transcendental. Assim,
seria inconveniente dizer que ele existe ou não existe. Existir ou não existir
são palavras que não podem ser aplicadas a Deus. Dizer que o Deus Supremo
existe é compreendê-lo com a mente humana, fato inadmissível ao pensamento
existencialista. Os
temas de reflexão do existencialista giram em torno do homem e da realidade
humana (homem, liberdade, realidade individual, existência cotidiana).
·
PANETEÍSMO – Panenteísmo (pan-en-teísmo),
ou krausismo é uma doutrina que diz que o universo está contido em Deus, mas Deus é maior do que o universo.
É diferente do panteísmo (pan-teísmo), que afirma que
Deus e o universo coincidem perfeitamente (ou seja, são o mesmo). O paneteísmo afirma que Deus
está em tudo (panteísmo), mas não pode ser identificado nos objetos que se vê.
Este pensamento filosófico resulta da designação dos vocábulos gregos que
significam, mais ou menos: “Deus conforme aparece em tudo”.
·
PANTEÍSMO - (do grego pan,
"tudo", "todas as coisas", e theós, "deus") – É a doutrina
que afirma a identidade substancial de Deus e do universo, os quais formariam
uma unidade e constituiriam um todo indivisível.
Para os panteístas, “Deus não é transcendente ao universo e dele não se distingue nem se
separa. Pelo contrário, é-lhe imanente, o Universo confunde-se com Ele,
manifesta-se nele e nele se realiza como uma só realidade, total e substancial”.
O
panteísmo é um monismo substancialista imanentista.
·
Monismo
porque pretende que o conjunto de todas as coisas pode ser reduzido à unidade;
·
Substancialista
por entender que todo o real é de caráter substancial, ou seja, é substância;
·
Imanentista porque sua afirmação de que Deus é
imanente à natureza implica que a ação de Deus se confunde com a da natureza.
As formas doutrinárias panteístas mais
importantes e significativas se encontram no panteísmo clássico, que considera
“Deus a única realidade, e o universo
uma mera manifestação de Deus”.
O panteísmo materialista ou naturalista “parte do universo para Deus, e vê no universo
a própria realidade de Deus, que nada mais seria do que a totalidade das coisas
que existem, das quais depende para realizar-se”.
· TEÍSMO
ABERTO – Concepção
teológica criada 1980 por Richard Rice em seu livro “Openness of God (A
Abertura de Yahweh). Para o Teísmo Aberto, a história da humanidade não esta fechada
e Deus mantém um relacionamento dinâmico com o mundo não estático. Ou seja,
Deus espera o homem tomar uma decisão para depois agir. Seria um meio de tentar
compatibilizar a Soberania de Yahweh com a responsabilidade do homem. O Teísmo
Aberto se apresenta como uma séria ameaça à concepção da Onisciência de Deus.
Para os teístas, Deus não conhece o futuro, agindo sempre após a manifestação
dos atos humanos. É como se Deus, no seu infinito poder, optou por não conhecer
o futuro da humanidade.
Estas são as principais
correntes teológicas e filosóficas referentes a Deus. A todo momento vão
surgindo novas correntes de pensamentos acerca de Deus, Jesus Cristo, Espírito
Santo; Salvação; Pecado etc. Por isso temos que estar sempre prontos a dar razão
de nossa fé diante de tantas filosofias que surgem.
Nenhum comentário:
Postar um comentário